Desculpem o desaparecimento... Não tenho tido muito tempo (ou vontade :/) Desculpem...
Mas enfim, não foi por isso que vos vim escrever, como já devem ter reparado. Depois de longos dias, semanas e afins, ganhei coragem e acabei de passar o primeiro capitulo a computador.
Espero que gostem tanto dele como eu ^^
Deliciem-se:
- Kate! Acorda querida! –
Ouço, lá ao fundo.
Parecia a voz do papá.
Abro os olhos, lentamente,
habituando-me à luz matinal, e olho à minha volta. Não estava lá ninguém… Levei
a mão à cabeça e respirei fundo, fechando os olhos.
Apalpei o tampo da
mezinha-de-cabeceira, em busca do meu IPhone. Olhei para o ecrã, assim que o
encontrei. Marcava as sete da manhã. Voltei a pousar o telemóvel na
mezinha-de-cabeceira, do lado esquerdo da cama. Afastei os cobertores e
levantei-me. A caminho da casa de banho olhei para o calendário e, com um
marcador vermelho, desenhei um X no dia anterior. Coloquei o marcador no seu
sítio e olhei atentamente para o dia de hoje. Era dia 11 de Fevereiro, o dia em
que fazia 2 anos da morte do meu pai. Senti uma lágrima cair. Respirei fundo,
limpando-a, e continuei o caminho até à casa de banho. Tomei um duche e
vesti-me. Olhei-me ao espelho. Vestido preto, botas pretas, brincos pretos,
relógio preto… Hoje estava de luto.
Peguei na mala e no casaco,
saindo do quarto. Atravessei o extenso corredor e desci a escadaria,
dirigindo-me à sala de jantar, onde já se encontrava a minha querida mãe,
sentada no topo da mesa.
- Bom dia, mãe! – Murmurei,
sentando-me na cadeira, do seu lado esquerdo.
- Bom dia, querida! – Disse ela,
depois de bebericar um pouco do seu sumo de laranja natural. – Porque é que estás
toda vestida de preto? Vais a algum funeral? – Perguntou-me, semicerrando os
olhos, levando, depois, um pedaço de torrada de pão integral à boca.
Olhei para ela, incrédula.
- Faz hoje 2 anos que o pai
morreu, mãe! Já te esqueceste?
Ela olhou para mim,
surpreendida.
- Não acredito! Como é que
pudeste esquecer? Ele era o amor da tua vida.
Ela baixou o olhar.
- Já escolheste o vestido
para logo à noite? – Perguntou, tentando mudar de assunto.
Arregalei os olhos.
- Como é que consegues
pensar em festas num dia como este?! Começo a achar que tu só casaste com o meu
pai por dinheiro e por capricho.
- Olha, vê como falas
comigo, minha menina, eu ainda sou a tua mãe. – Proferiu, autoritariamente.
- Sinceramente, preferia que
não o fosses. Uma mãe não deixa a filha sozinha após a morte do pai. – Dito isto,
levantei-me da cadeira, agarrando nas minhas coisas e sai da divisão,
dirigindo-me à porta de saída da mansão.
Atrás de mim, Helen Owen
silvava:
- Tu não falas assim comigo.
Katherin! Volta aqui imediatamente! Onde é que pensas que vais?! Katherin!
Continuei a caminhar
apressadamente, ignorando-a.
No exterior da mansão, mesmo
em frente à porta, já se encontrava a minha scooter branca. Dirigi-me a ela,
apressadamente, abri o tampo, que servia de assento, retirando o capacete e
pondo a mala no seu lugar. Olhei para trás, enquanto vestia o casaco. A minha mãe
já se aproximava, gritando o meu nome. Coloquei o capacete na cabeça e
montei-me na scooter. Quando estava quase a arrancar, a minha mãe alcança-me.
- Katherin! Espera! Vamos
conversar.
- Não, mãe. Não há nada para
conversar, pelo menos não agora. – Retorqui, seguindo caminho.
Antes de ir para a escola,
fui comprar um pequeno ramo de flores e dirigi-me ao cemitério.
Estacionei a scooter e
caminhei até à campa do meu pai.
Quando chego perto dela,
ajoelho-me à sua frente e coloco as flores no suporte das mesmas.
- Olá, papá! – Falei,
acariciando a sua fotografia. – Hoje fazem dois anos que nos deixaste…e eu
ainda não consigo entender porquê… Porque é que te foste embora tão de repente?!
Eu ainda precisava tanto de ti… - Senti um lágrima cair. – E ainda preciso… -
Baixei a cabeça. – Agora, o que me mantém mais próxima de ti é o teu atelier. Estar
rodeada das tuas telas ajudou-me a lidar melhor com a situação, sabes! Ajudou-me
a fazer o luto… E, claro, também me deu inspiração para fazer as minhas próprias
telas. – Abri um sorriso. – Acho que agora entendo o que dizias sentir, quando
pintavas; a maneira como te desligavas do mundo e criavas histórias. Eu também
sinto tudo isso, papá. Tu fizeste com que a arte se tornasse a minha paixão, e
eu agradeço-te por isso. – Sinto o telemóvel vibrar, no bolso do casaco. Retiro
o telemóvel do bolso, enquanto limpo as lágrimas, e olho para o ecrã. Mensagem
da Mary: “ Bom dia, sunshine :D Já foste para a escola?” Olhei para o meu relógio
de pulso. Já eram quase 8h40.
“Não, ainda não. Mas vou
agora. Queres que te vá buscar?” Respondi, rapidamente.
- Desculpa, papá, mas tenho
de ir para a escola. – Murmurei, pondo-me de pé. – Volto assim que poder,
prometo. Adoro-te…!
No próximo capitulo:
- Então? O que se passa? Estás muito calada hoje. - Perguntou-me Mary, quando saímos da primeira aula. - Discutiste outra vez com a tua mãe, foi?
Dirigi-mo-nos aos cacifos. Respirei fundo, abrindo o meu.
- Porque é que tu me conheces tão bem?! - Murmurei. Ela sorriu, em resposta. - Hoje fazem dois anos que o meu pai morreu e ela nem se lembrou, e ainda teve a lata de me falar sobre a festa desta noite. Mais uma a que ela me quer arrastar. - Contei, enquanto colocava os livros da primeira aula no cacifo.
Ela colocou uma mão no meu ombro, apertando-o ligeiramente e, quando ela ia dizer algo, alguém clamou:
- Kate!
(...)
Quem será que chamou pela Kate? Aceito palpites e reacções ao primeiro capitulo ^^
P.s.: Daqui para a frente, a história será actualizada de duas em duas semanas, ao fim-de-semana. ^^
Sem comentários:
Enviar um comentário